Prefeitura de BH corta ponto de professores em greve

O Executivo municipal divulgou, nesta segunda-feira (30), que realizou descontos de 'dias não trabalhados pelos profissionais da educação'. Professores estã...

Prefeitura de BH corta ponto de professores em greve
Prefeitura de BH corta ponto de professores em greve (Foto: Reprodução)

O Executivo municipal divulgou, nesta segunda-feira (30), que realizou descontos de 'dias não trabalhados pelos profissionais da educação'. Professores estão em greve desde 6 de junho. Prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil, durante entrevista coletiva sobre a greve dos professores. TV Globo A Prefeitura de Belo Horizonte cortou parte dos salários dos professores da rede municipal de ensino que aderiram à greve da categoria, iniciada em 6 de junho. Por meio da Procuradoria-Geral do Município, o Executivo divulgou, nesta segunda-feira (30), que realizou descontos “referentes aos dias não trabalhados pelos profissionais da educação”. Na última sexta-feira (27), o prefeito Álvaro Damião (União Brasil) já tinha anunciado em uma entrevista coletiva que cortaria o ponto dos profissionais. “Não existe a possibilidade de pagar uma pessoa que não foi trabalhar”, disse ele. Professores ouvidos pelo g1 confirmaram que receberam os contracheques com descontos que chegam a 20% do salário. “O corte é imoral, pois sabemos que os professores estão em greve justamente pelos baixos salários. Os professores, inclusive, sempre garantem a reposição dos dias paralisados para que os alunos alcancem os 200 dias letivos previstos em lei”, afirmou o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de BH (Sind-Rede/BH), que representa a categoria. Em nota, a prefeitura argumentou que o corte foi embasado em uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de 2017. "Ao julgar um recurso extraordinário envolvendo o tema, os ministros entenderam que a administração pública deve realizar o desconto dos dias não trabalhados pelos servidores públicos em greve", justificou o Executivo. Judicialização Na última semana, Damião também acionou a Justiça com o objetivo de interromper a greve da rede municipal. O pedido de liminar foi negado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) na noite de sexta-feira (27). Em sua decisão, o desembargador Leopoldo Mameluque determinou que a prefeitura participe de uma audiência de conciliação com o Sind-Rede/BH, que representa a categoria. A audiência está programada para acontecer na próxima quarta-feira (2), no TJMG. Reabertura com merenda Apesar do anúncio do prefeito de que as escolas municipais de Belo Horizonte seriam reabertas no último sábado (28) para a distribuição de merenda aos alunos, as instituições ficaram fechadas. Após os cortes no contracheques dos profissionais, o sindicato da categoria fez mais críticas ao posicionamento de Damião. “O prefeito diz que se preocupa com a segurança alimentar das famílias, mas corta o ponto dos trabalhadores e trabalhadoras que estão apenas utilizando seu direito constitucional de greve para lutar pela dignidade de sua profissão”, defendeu o Sind-Rede/BH. Reivindicações Os trabalhadores reivindicam 6,27% de recomposição salarial, retroativo a janeiro, com base no reajuste do piso nacional do magistério, além de preenchimento imediato das vagas do quadro de professores e a redução do número de estudantes por sala de aula — atualmente, são cerca de 30. A prefeitura de BH oferece, desde o início das negociações, recomposição de 2,49%. Prefeitura de BH anuncia abertura de escolas em greve para servir merenda Assista aos vídeos mais vistos do g1 Minas: